terça-feira, 29 de dezembro de 2009

I'm Free !

I'm free
I'm free
And freedom tastes of reality

I'm free
I'm free
And I'm waiting for you to follow me


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Death Is Not The End

Nick Cave + Kylie Minogue + The Pogues

Quando você estiver triste e solitário
E não tiver amigos
Basta lembrar que a morte não é o fim

E todos os seus sonhos desapareceram
E você não sabe o que há de dar certo
Basta lembrar que a morte não é o fim

Não é o fim, não é o fim
Basta lembrar que a morte não é o fim

Quando você está em pé numa encruzilhada
Que você não consegue compreender
Basta lembrar que a morte não é o fim

E não há de haver um conforto que
Com a ajuda das mãos possa te emprestar
Basta lembrar que a morte não é o fim

Não é o fim, não é o fim
Basta lembrar que a morte não é o fim

Pois a árvore da vida está crescendo
Onde os espíritos nunca morrem
E a luz da salvação
Subiu no céu escuro e vazio

Quando as cidades estão em chamas
Com a queima da carne dos homens
Basta lembrar que a morte não é o fim

E quando você está à procura
De um cidadão disciplinado
Basta lembrar que a morte não é o fim

Não é o fim, não é o fim
Basta lembrar que a morte não é o fim
Não é o fim, não é o fim
Basta lembrar que a morte não é o fim



BE POSITIVE

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aniversário

Diferente!

Eu não tinha idéia do que fazer. No meio da semana o Fernandão me ofereceu a cobertura do prédio dele pra poder fazer uma festa lá, no sábado (véspera do meu aniversário), mas contanto que fosse uma festa pequena, só com os amigos próximos. Fiquei de dar a resposta pra ele, mas não animei.

Durante a tarde de sábado eu preferi ir à segunda casa do Tatá para tomar um banho de piscina. Estavam lá o Renato e o Daniel, além das esposas e filhos do Tatá e do Renato. Não ficamos muito tempo. Saímos antes mesmo de anoitecer. Mas combinamos que no dia seguinte faríamos algo lá pra comemorar meu aniversário. Estariam os três, mais o Job, Paulo Fernando, respectivas esposas, e sei lá quem mais...

Daí chego em casa e não tenho a mínima idéia do que fazer na hora da virada. Pensei em arrumar uma companhia. Daí me disseram que tinha festa na Clave do Sol e na Appaloosa. pensei que era só isso mesmo: "bom, então vou pra appaloosa e vou tentar chamar alguém pra ir comigo". Mas... ninguém queria ir. Marcília preferia Clave do Sol, Dudu sem grana, os outros pura desanimação... Então o Dudú soltou a idéia de subirmos para Visconde de Mauá, e ficarmos hospedados na loja de seu tio, em Maringá.

Entrei na pilha na hora.

Não dava pra ir no meu carro, pois está emprestado com meu irmão, que está com o carro na oficina. Fomos no carro do Dudú. Quase duas horas de viagem, pois o imbecil da oficina onde o Dudú havia deixado seu carro fez o favor de cortar as molas dos amortecedores. Então tivemos que subir pianinho... Chegamos lá por volta de 00h, e fomos direto à loja do tio dele, mas o tio não estava. Fomos então a um bar logo a frente, e o tio dele estava lá. Com ele estavam algumas amigas. Nos apresentamos, me deram os parabéns e ficamos ali até por volta de 3 da manhã. Não estava tão cheio, mas também não estava nada vazio. Uma dupla tocava no bar. Violão e percussão, e mais alguns músicos convidados subiam para ajudar (o Dudú subiu para tocar um pouco de percussão também). Repertório lotado de músicas do Clube da Esquina e clássicos hippongas do Brasil. Perfeita sinergia de som com o ambiente. Encontrei a Tatiana Ratinetz lá e conversamos um pouco. Esqueci de recarregar a bateria do celular, então no dia seguinte ele já estava descarregado... Não sei se recebi telefonemas enquanto ele estava desligado, mas se recebi eles não foram mostrados depois que o carreguei. Mas vi que Marisa, Flavinha e Rafael me mandaram SMS. Teve gente que achei que ia mandar, mesmo por educação, mas não mandou. Não importa. Só fui lembrar disso na segunda feira.

Acordamos cedo e tomamos café. Dia maravilhoso, de muito sol. Pegamos o carro e subimos até Maromba. Queríamos ir ao Escorrega. Água geladíssima, queimando o corpo. Excelente. Encontramos um pocinho vazio e ficamos mergulhando por lá. Outra coincidência do final de semana foi ter encontrado na cachoeira o Gustavo, irmão da Ana Clara e cunhado do meu irmão. Ficou um tempo com a gente. Fazia um certo tempo que eu não ia ao Escorrega da Maromba... Foi ótimo ter ido num dia tão bonito e ainda mais no meu aniversário!

Ficamos por volta de 3, 4 horas. Voltamos à loja e almoçamos. Caminho de volta, mais rápido que a ida. Cachoeira esgota o corpo, e eu mergulhei bem mais que o Dudú, então acabei pegando um pouco no sono. Chegando em Resende, ainda antes de anoitecer, passamos em frente ao cinema e vi os horários para o filme Avatar. Chamei o Dudú, mas ele não quis ir. Pensei então em ir sozinho mesmo, coisa que quase nunca fiz em vida. E fui... cheguei quase na hora da sessão, pois o estacionamento do shopping estava uma confusão enorme. Aponto para a direção do cinema e vejo duas filas enormes. Pensei: "pronto.. fudeu. todos os ingressos foram vendidos e não vou conseguir ver o filme", mas resolvi arriscar, óbvio. Fui ao guichê e perguntei para a moça se os ingressos dos dois cinemas haviam sido esgotados. Ela disse que sim. Daí perguntei se não haveria ao menos um ingresso sobrando pra quem tá fazendo aniversário, e dei uma piscada. Não sei se pela piscada ou pelo fato de ser aniversário meu, mas a garota disse "ah, tem um sobrando aqui sim. mas é teu aniversário mesmo?". Disse que sim e mostrei a CNH. Ela me deu o ingresso, me deu os parabéns, e fui pro fim da fila. Quando chego lá começo a bater papo com alguns dos outros integrantes da fila e ao longe vejo o Renato, e logo atrás dele o Daniel. Daí em seguida vejo o Job, e toda a criançada com eles, inclusive os filhos do Tatá, que não estava junto. Achei que eles veriam no outro cinema, mas só o Renato ficou no cinema 1, todos os outros foram para o cinema 2, onde eu estava. Filme ótimo, apesar da cópia ruim, do som ruim e da dublagem.

Foi um aniversário diferente. Não fiz questão que soubessem. Deixei um recado no orkut, mas não era para me seguirem ou darem parabéns e sim pra saber: "uau, aniversário em Mauá e com esse solão.. que bacana!". Também não fiz questão de festa, nem entre os amigos e nem no trabalho. Aliás.. pedi para que não fizessem. Não sei se não gosto de ser o centro das atenções ou se não gosto de ficar velho, rs, mas comemorar comigo mesmo já é suficientemente satisfatório.

Natal vem aí. Antes disso hoje estarei indo ao Rio e passarei a noite lá. Supresa boa!! Presente de Natal! Reveillón ainda não sei. Se não achar uma pousada na serra acabo vendo algo de última hora com algum amigo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Like a crap game

Babe,
you know how these things go: it's like a crap game.

When you're hot you shoot everything,
you shoot the works.

Well,
right now baby,
I'm so hot I'm burning up all over.



- Bob Hughes (Matt Dillon).
- Drugstore Cowboy, de Gus Van Sant.

Rubem Fonseca - Pierrô da Caverna

"Existem pessoas que não se entregam a paixão, sua apatia as leva a escolher uma vida de rotina, onde vegetam como "abacaxis numa estufa"...
Quanto a mim, o que me mantém vivo é o risco iminente da paixão e seus coadjuvantes, amor, ódio, gozo, misericórdia..."

domingo, 13 de dezembro de 2009

Variações de um mesmo tema

O Dia...



I never cared much for moonlit skies
I never wink back at fireflies
But now that the stars are in your eyes
I'm beginning to see the light
I never went in for afterglow
Or candlelight on the mistletoe
But now when you turn the lamp down low
I'm beginning to see the light
Used to ramble through the park
Shadowboxing in the dark
Then you came and caused a spark
That's a four-alarm fire now
I never made love by lantern-shine
I never saw rainbows in my wine
But now that your lips are burning mine
I'm beginning to see the light




...e a Noite



Well I'm beginning to see the light.
Well I'm beginning to see the light.
Some people work very hard
but still they never get it right.
Well I'm beginning to see the light.

I wanna tell all you people now.
Now now baby, I'm beginning to see the light.
Hey now baby, I'm beginning to see the light.

Wine in the mornin' and some breakfast at night.
Well I'm beginning to see the light.

Here we go again, playing the fool again.
Here we go again, acting hard again.
All right!
Well I'm beginning to see the light!
I wanna tell you, ooh-oh-oh!
Hey now baby, I'm beginning to see the light!
It comes very softly now.
I wore my teeth in my hands so I could miss the hell of a night.
Hey! Well I'm beginning to see the light!
Now, now, now, now, now, now, now, now, now baby,
I'm beginning to see the light now!
It comes softer!
Hey now baby, I'm beginning to see the light.

I met myself in a dream and I just want to tell you,
Everything was alright.
Hey now baby, I'm beginning to see the light.

Here comes two of you.
Which one will you choose?
One is black and one is blue,
Don't know just what to do.
Alright!

Well I'm beginning to see the light, oh, now here she comes!
Hey yeah baby, I'm beginning to see the light!
Oh-ahhhh!
Some people work very hard
But still they never get it right.
Well, I'm beginning to see the light.
Ah, it's getting a little softer, maybe in there.
Now now baby, I'm beginning to see the light.
Ah it's coming around again,
Hey now, now, now, baby, I'm beginning to see the light.
One more time.
There are problems in these times,
But woo! none of them are mine!
Oh baby, I'm beginning to see the light.

Here we go again,
I thought that you were my friend.
Here we go again,
I thought that you were my friend.
How does it feel to be loved?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ainda me recuperando,...

...ainda rouco e um pouco debilitado. E esperando sumir um pouco do frenesi e da catarse pela qual passei, para escrever um texto aqui. Por enquanto é isso:

Estamos todos aliviados!
O Mengão voltou a ter sua hegemonia!
Festa em todas as ruas e cidades do Brasil!
EU SOU HEXA!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Já?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já ficou no escuro ouvindo o canto da cigarra?
Já ficou no espelho rindo sozinho da sua cara?

Já dormiu sem ninguém num canto de rodoviária?
Já dormiu com alguém por migalha?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já perdeu a hora quando o tempo pára?
Já gritou uma palavra até perder a fala?

Já colocou todas as roupas do armário na mala?
A sua casa já desmoronou no meio da sala?
Você já tentou varrer a areia da praia?

Você já tentou varrer a areia da praia?
Já viu sumir a última estrela da madrugada?
Já ficou um dia, um mês, um ano sem fazer nada?

Já quis demais alguma coisa já quis alguma coisa já?
Jamais quis alguma coisa já?
Já?

Jamais quis alguma coisa já quis alguma coisa já?
Já quis demais alguma coisa já?
Já?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Obrigado por tudo, Pet

Você é o último romântico do futebol. E é rubro-negro! Glória maior que essa não é apenas para o mengão, e sim para todos os jogadores de futebol.

"Existe um cara que dá o sangue pelo clube e representa como ninguém a grande sabedoria, arte e decência que todo jogador de futebol deveria mostrar. Seu nome é Petkovic."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mr. Bungle - "Pink Cigarette"



Me cale, me toque
Perfume, o vento e as folhas
Me cale, me toque
As queimaduras, os buracos nos lençóis

Eu estou torcendo para que a fumaça
esconda a vergonha que eu tenho em meu rosto
Conhaque e vidro quebrado
Todos esses anos eu fui seu cinzeiro
(Não hoje)

Eu achei um cigarro rosa
Na cama, no dia em que você se foi
E como eu poderia esquecer que seus lábios estiveram lá?
Teu beijo vai a todo lugar, toca tudo, menos eu

Me cale, me toque
Champagne, teu cabelo na brisa
Me cale, me toque
Batom, um tapa na minha bochecha

Teus olhos choraram, finalmente
Me contaram tudo que eu tinha medo de perguntar
Agora estou vestido de branco
E você me queimou pela última vez
(Essa não é a última vez)

Eu achei um cigarro rosa
Na cama, no dia em que você se foi
E como eu poderia esquecer que seus lábios estiveram lá?
Teu beijo vai a todo lugar, toca tudo, menos eu

Você achará o bilhete e verá minha silhueta

Só faltam 5 horas pra você me achar morto
Só faltam 4 horas pra você me achar morto
Só faltam 3 horas pra você me achar morto
Só faltam 2 horas pra você me achar morto
Só mais uma hora e você me achará morto...
Só...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Boletim médico - Brasília, 05 de agosto de 2009

O estado de saúde do Senado Federal agravou-se nas últimas horas. O paciente encontra-se em coma profundo, não reagindo a estímulos externos, apresentando falência de vários órgãos vitais, tais como ética, decência, dignidade, honestidade, respeito, patriotismo, abnegação. Espera-se que ainda haja tempo para que o tratamento adequado, o voto consciente do povo brasileiro, possa reverter este gravíssimo quadro.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O desacerto da promiscuidade

(...)

A Constituição dos Estados Unidos proíbe que membros do Poder Legislativo exerçam funções executivas, e que membros do Poder Executivo sejam eleitos para o Parlamento, enquanto permanecerem em sua função (Article I, Section 6, n.2). Em suma: nenhum senador ou deputado pode pertencer ao Poder Executivo, seja como ministro ou servidor menor. Não pode o membro do Poder Legislativo subordinar-se a ninguém, a não ser ao povo. Aqui, no entanto, desde a Constituição de 1891, essa promiscuidade tem sido um dos maiores infortúnios republicanos. A República nasceu com apenas um poder de fato: os mesmos homens faziam as leis, cumpriam-nas ou não, conforme a conveniência, e eram os excelsos membros dos altos tribunais (como é exemplar o caso de Epitácio Pessoa).

É nessa origem espúria, a que o talento de Ruy Barbosa (e, lamentavelmente, com suas próprias razões) não ousou opor-se, que podemos encontrar os vírus da infecção generalizada do Congresso – e não só do Senado. Os parlamentares ditam as normas que irão cumprir, elaboram os orçamentos que seus amigos, companheiros e representantes dos mesmos financiadores, irão executar. No caso em que, marginalmente, o povo é favorecido, isso se dá apenas pelo interesse eleitoral imediato. Quando anunciam a reforma política, as propostas visam a assegurar o domínio das oligarquias partidárias, como a da instituição das listas fechadas, nunca buscam o aperfeiçoamento democrático.

Nenhuma reforma política terá qualquer efeito se essa promiscuidade não for interrompida – e já. A divisão dos poderes, desde Montesquieu, deve ser clara: quem legisla não pode executar. Em nossa história, como bem lembrou há dias Wilson Figueiredo, a infecção começou a agravar-se com o AI-5, quando os parlamentares, em lugar de entregar as chaves do Congresso ao porteiro, mantiveram as aparências do regime, em troca dos benefícios conhecidos. Nos últimos anos, com a liberdade de imprensa, os vícios dessa promiscuidade passaram a ser mais evidentes. Apesar disso, a tolerância da cidadania, reelegendo notórios corruptores e corruptos para os poderes legislativos da União e dos estados, impediu que a infecção fosse curada, no Estado e na sociedade.

O único remédio – se queremos salvar a República e evitar o pior – é convocar Assembléia Constituinte exclusiva, com a delegação popular única e imperativa, para redigir nova carta, prazo de trabalho definido e dissolução automática. Não há terceira via: estamos entre a razão moral e a anomia.


Texto de Mauro Santayana
Fonte: Jornal do Brasil, 15 de julho de 2009, pag A2

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Too Much Horror Business...

É muito fácil dizer "não me interesso por política", mas o contexto aqui, agora, não é explicitar erros ou desvios dos mandatários das nações, e sim refletir o caminho que estamos seguindo. Um caminho paradoxal de descobertas científicas e tecnológicas deslumbrantes, em detrimento ao humanismo e o que é realmente importante: PENSAR.

Texto FANTÁSTICO de Mauro Santayana publicado na página A2 do Jornal do Brasil de 9 de julho de 2009. Nos faz analisar que os tempos são negros, e todos estamos realmente perdidos, sem saber exatamente o que fazer ou que caminho seguir.


->Muito espetáculo, poucos resultados

Reúne-se, em Áquila, o grupo dos países mais ricos do mundo. Ao comentar o encontro, o New York Times, em seu editorial, faz o retrato lamentável desse grupo que se arroga o direito de liderar o planeta. Começa com o anfitrião, Berlusconi, enroscado em seus casos com garotas de programa. O jornal resume sua atuação: Showmanship: perhaps. Leadership: no. Em seguida mostra – com a natural exclusão de Obama – como se encontram os outros, atônitos diante da crise econômica ainda não domada, das ameaças da pandemia, cuja evolução ninguém pode prever, ou das denúncias de corrupção, como o governo Brown, herdeiro dos desacertos de Blair; Ângela Merkel, esforçando-se na tentativa de salvar a maior economia da Europa; Medvedev sob a sombra de Putin; Sarkozy, sem agenda internacional coerente; e Taro Aso, impopular no Japão. Nem a China se salva: Hu Jintao não participa do encontro, que deve durar até amanhã: está agindo com mão de ferro para conter o conflito étnico em Xinjiang.

O mundo não sabe para onde vai
. É necessário reinventar a sociedade política, mas para isso são exigidas ideias, e elas parecem ter-se evaporado da Terra. Alguns historiadores, radicais em sua análise, mostram que há séculos a capacidade de pensar do homem vem minguando, como se os seus neurônios secassem. Não que faltem descobertas maravilhosas, no campo da ciência exata. Soubemos encabrestar os elétrons, partir o núcleo atômico, construir esses aparelhos fantásticos que são os computadores e a eles transferir a capacidade de resolver problemas de alta complexidade. As ideias que nos fazem falta são as do humanismo. A tecnologia, ao inventar as máquinas, sempre mais sofisticadas, que substituem os trabalhadores, poderia libertar os homens para a sua plena realização criadora. Mas o sistema capitalista não admite a distribuição dos resultados dessa produção a todos os homens. Ele exclui da sociedade econômica os trabalhadores descartados.

Um dos historiadores que lamentam o esvaziamento da inteligência ética é o professor Jacques Barzun, com seu monumental estudo From dawn to decadence: 500 years of Western Cultural Life, 1500 to the present. O livro foi editado no último ano do milênio, em 2000. Barzun – que tem a idade de Niemeyer (nasceu em 1907) – continua, como o arquiteto, a produzir. Seu estudo, como indica o título, mostra que a razão humana, construída ao longo dos dois milênios anteriores, chegou ao auge no Renascimento e, a partir de então, começou a decair. A erosão da cultura ocidental (e não nos esqueçamos de que a política é a mais importante manifestação de cultura) foi registrada também por Oswald Spengler em seu livro clássico A decadência do Ocidente, publicado em 1918. Essa constatação de que a inteligência declina, poderá, se tivermos sorte, promover nova efervescência intelectual, mas isso não parece provável. Quando nos encontrávamos no início do Iluminismo e suas promessas de igualdade, que levariam à Revolução Francesa, Giambattista Vico, com sua Scienza nuova, previu que o conflito de classes, o esvaziamento intelectual, o culto ao dinheiro e a corrupção do Estado levariam ao embrutecimento do homem e seu retorno à barbárie.

Não sejamos pessimistas como Vico, embora o seu raciocínio seja poderoso. Devemos registrar, no entanto, que os chamados "líderes mundiais" se encontram atropelados por desafios que não sabem enfrentar. Em Áquila, os governantes dos países mais ricos tentarão conservar os dedos e os anéis na divisão dos bens do mundo. É significativo que se reúnam em cidade parcialmente destruída, há poucos meses, por um terremoto. É provável que tivessem em mente associar a reconstrução da cidade à necessária saída para a crise mundial. Mas essa crise não é meramente econômica. É uma crise ética, porque a exacerbação do capitalismo conduziu à destruição do humanismo. Isso ficou claro com o desmascaramento do neoliberalismo. Madoff, condenado a 150 anos de prisão, por estelionato, é o símbolo do mundo criado por Reagan, Thatcher, Bush, com entusiástica adesão, entre nós, de Fernando Collor e Fernando Henrique, entre outros.

Para reconduzir o homem à sua própria alma, é urgente colocar os centros de reflexão, como as universidades e as confissões religiosas, trabalhando na reabilitação do pensamento humanista, ao lado da ação política dos cidadãos, no mundo inteiro.
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Throwing Things

You're leaving a trail for me
I see you up in the tallest tree
(You're) throwing things down at me
I'm starting to climb, well I'm starting on my knees

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Oposição política? Onde? É sério?

(...)

Não pode haver República democrática sem oposição. Não temos oposição. Primeiro porque não há partidos políticos, mas, sim, grupos de interesses, que se articulam entre si, como se articulam com os "poderes de fato" exercidos pelos homens de negócios na defesa da "estabilidade", ou seja, da permanência da injustiça. Não há partidos políticos, salvo os pequenos, que dão testemunho ideológico no Congresso, porque não há idéias em que os grandes se sustentem. Identificam-se, vagamente, como conservadores e liberais, e dizem oscilar em torno do centro. A oposição é de faz de conta. Faltam ao Parlamento de hoje homens de idéias e de ação.



Texto: Mauro Santayana
Fonte: Jornal do Brasil, 02 de julho de 2009, Pag A2

quarta-feira, 10 de junho de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Seasons In The Abyss

Há um consenso geral de que o heavy metal é adolescente demais, imaturo demais. Jovens cabeludos querendo mostrar que são malvados e perigosos.

Eu conheci esta música há mais de 15 anos, quase 20. Eu "tentava" ser um metaleiro nato, com cabelos compridos e adornos que metiam medo. Não sou mais assim, ufa, mas esta música em particular ainda bate redondinha nos meus ouvidos.

É sempre bom recorrer a ela de vez em quando. Uma das minhas preferidas de todos os tempos. É épica, e dá uma sensação de grandeza. Seis minutos e vinte e cinco segundos de vibração sonora pesada e uma vontade de pisar pesado no acelerador.

Close your eyes
Look deep in your soul
Step outside yourself
And let your mind go

Close your eyes
And forget your name
Step outside yourself
And let your thoughts drain


terça-feira, 14 de abril de 2009

Slint

O que faz uma banda voltar em atividade depois de 15 anos parada? O que leva o público reconhecer de maneira positiva uma obra que há quase duas décadas atrás mal havia sido notada?

O ano era 1991. Um ano de significativas mudanças para a música, e de ótimos lançamentos considerados históricos. Foi em 1991 que o Nirvana fez Nevermind. Também neste ano foi o début do Pear Jam, com Ten. Red Hot Chili Peppers caiu nas graças do mundo inteiro com sua mistura sonora explosiva em Blood Sugar Sex Magik. My Blood Valentine e Primal Scream representaram muito bem a Inglaterra lançando, ambos, os melhores álbuns de suas carreiras (Loveless e Screamadelica, respectivamente). O U2 revolucionou seu modo de fazer música - e de quase meio mundo - através de Achtung Baby. Massive Attack criou uma nova sonoridade ao lançar neste ano uma obra-prima eletrônica chamada Blue Lines. Os Pixies deram seu canto do cisne com o ótimo Trompe Le Monde. Mr Bungle e sua música avant-garde, misturando jazz e death metal também debutaram em 1991. Teenage Fanclub com Bandwagonesque; Soundgarden com Badmotorfinger; Smashing Pumpkins com Gish; Dinosaur Jr com Green Mind; Primus com Sailing the Seas of Cheese... No Brasil tivemos a Marisa Monte lançando Mais, Caetano e seu Circuladô, e na saara pop mundial Seal bateu recordes de vendas com o álbum que continha "Crazy", Enya levou ao gosto popular o seu som New Age, e o REM lançou Out of Time, o álbum que continha uma das maiores pérolas pop da década toda: "Losing My Religion". Na vertente metal e hard rock o ano também foi significativo. Sepultura estourou mundialmente com Arise, Slayer reviu sua carreira com o Decade of Aggression, Skid Row fez as menininhas delirarem com Slave to the Grind, Guns and Roses esteve duplamente nas paradas com Use Your Illusion I e II, Ozzy Osbourne ressurgiu no mercado com No More Tears e o Metallica emplacou o multiplatinado Black Album.

O ano de 1991 pode ser considerado um ano tão representativo musicalmente como o ano de 1967, dado o lançamento de excelentes álbuns como estes citados.

De que maneira uma banda como o Slint se sobressairia? Uma banda de math-rock em que a maneira ideal de assistir seus shows é sentado. Sem instrumentistas virtuosos, estáticos no palco e com um vocalista que surge com uma voz vinda sabe se lá de onde, sem saber cantar, apenas declamando os versos ou soltando aleatoriamente sua voz no decorrer das músicas. Em 1991 eles lançaram um álbum chamado Spiderland, que continha somente 6 músicas, todas acima dos 5 minutos de duração.

E o que é math-rock?

De acordo com a wikipedia: A composição musical neste gênero é bastante complexa incorporando métricas incomuns em seu ritmo, tido como matemático, daí o nome, Math rock (literalmente rock matemático). Os instrumentos geralmente sendo tocados em bases atonais ou politonais e nem sempre sincronizados são acompanhados da voz, quando presente, alternando entre o ritmo calmo e gritado.

Numa maneira mais simples de definir podemos dizer que as influências do gênero variam entre o jazz e o punk rock, passando pelo rock progressivo. Não parece lá muito aprazível, certo?

E como explicar que no site Rate Your Music este álbum está listado em 5º lugar do ano de 1991 na preferência dos usuários do site? Vale dizer que o RYM é um site mundialmente conhecido feito por apreciadores de música para apreciadores de música. Ou seja... Não são críticos musicais que participam do site, e sim apreciadores em geral, pessoas como qualquer um que goste de música e goste de listar suas preferências.

Como explicar? Ainda mais que no site tem um comentário de um fã que diz o seguinte:

true story. a girl broke up with me because i liked this album.


Slint. Com "Good Morning, Captain" e "Nosferatu Man"