domingo, 30 de dezembro de 2007

ERGA-TE GRAFORRÉIA XILARMÔNICA

Documentário sobre O MELHOR grupo musical que o Brasil já teve.
Será?
Bem.. eu acho!
Beatles / Jovem Guarda / Cacofonia / Atonalidades / Bom Humor
(o último vídeo é uma fanfarronice minha)
hehehehe















EU SOU O RIO!

Black Future - "Eu Sou O Rio"

Samba apocalíptico. Pós-Punk Tupiniquim da melhor qualidade!


Eu Sou o Rio
Sou Zé do Queijo
Eu sou Zé Kétti
Joãozinho Trinta
Sou Cartola
Sérgio Mallandro
De todo bando
De marginais
Que assola a Lapa
Eu sou a Lapa
Eu sou a Alaska
Nesses lugares
Têm muita bicha
Eu sou o mar e ameaça
O Rio da praia
O Rio do futebol
O Rio da caipirinha e do sol
O Rio das favelas que fedem a lixo
O Rio, o Rio, o Rio das ruas engarrafadas
O Rio de muitas e muitas desgraças
O Rio do Madame Satã (Camisa Preta)
Apoteose, Brizolão
O Rio do desespero e da maldade
O Rio da mediocridade
O Rio da falta de sonhos
O Rio, O Rio, o Rioooooooooo...
Eu Sou o Rio!


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Qual personagem de Donnie Darko você é?

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Which Donnie Darko Character Are You?




You are Donnie Darko! You are confused and mentally unstable but you are a truly great guy who just wants to love, be loved, and not die alone. "I promise one day everything will be better for you."
Take this quiz!









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http://www.quizilla.com/users/fallinstar/quizzes/Which%20Donnie%20Darko%20Character%20Are%20You?%20/

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Renan Canalheiros




Num texto da Folha muito bem escrito, o filósofo Hélio Schwartsman escreve em um dos parágrafos:

"Não estou, é claro, defendendo o linchamento do senador. Tantos e tamanhos indícios devem converter-se num processo ao longo do qual Renan terá a oportunidade de defender-se, longe da tão temida pressão da mídia. Mas um mínimo daquilo que alguns chamam de vergonha na cara exigiria que Renan se afastasse da presidência do Senado e do próprio mandato de senador até que a situação estivesse judicialmente esclarecida em seu favor. Por bem menos políticos asiáticos costumam praticar o suicídio. No Brasil, porém, Renan não apenas se mantém no cargo como ainda manobra descaradamente para dificultar os trâmites da representação no Conselho de Ética. Nas horas vagas, distribui ameaças veladas, contra colegas que não estariam dispostos a apoiá-lo, e abertas, contra a editora Abril, responsável pela "Veja"."


Já eu estou inclinado a pensar que não adianta apenas achar que a culpa é nossa, e que devemos ter mais consciência ao votar. Infelizmente não dá. Aqui no Brasil não dá mesmo. Não dá nem pra votar nulo também. Aqui no Brasil nenhum exame de consciência ou estratégia de voto funciona, por causa dos currais eleitorais. Em qualquer Estado ou Município ou Vila existe curral eleitoral, que é formada por pessoas que supostamente serão beneficiadas com ajuda dos políticos concorrentes, seja com empregos públicos, seja com asfaltamento de rua, seja com cesta básica... as mais variadas ajudas.

E é por essa e outras que os vereadores, prefeitos, deputados, senadores, etc, vão 'cozinhando' sua participação política em banho-maria, tentando não serem descobertos em nenhuma falcatrua para não diminuir suas chances de reeleição - mas mesmo assim tranqüilos e cheios de manobras por causa das brechas nas leis (vide o Calheiros). Tranqüilos, também, porque o curral eleitoral estará lá para garantir que serão reeleitos. É só lembrar - para pegar os mais recentes - que Arruda, Jader Barbalho, ACM, Carlos Nader (filho de um dos anões do orçamento) tiveram "nova chance política". Portanto, nada vai mudar, amigos. Nem em mais de um século. Esse BIG BROTHER "legítimo" vai continuar existindo sem que precisem de teletelas para vigiar o povo, pois com curral eleitoral não é preciso vigilância.

O que é preciso ser feito é que haja uma campanha em massa, de todas as redes de televisão, rádios, jornais impressos, revistas, etc, para divulgar MESMO, com todas as L-E-T-R-A-S o que esses políticos fazem e qual a conseqüência que isso trás a curto-médio-longo prazo para o povo. Divulgar, em época de eleição, todas as negociatas sujas e todos os deslizes comportamentais (seja um caso extra-conjugal ou agressão em arquibancada de estádio de futebol) de todos os candidatos. Pendurar isso em folhinhas em todos os pés-sujos, restaurantes, parques, praças, trailers em cinemas...

Mas nossos comunicadores não farão isso porque a eles também interessa que tudo continue como está, seja por causa de rabo preso ou por facilitações pessoais em negócios (ex: concessões de rádios e TV), e até porque muitos políticos são acionistas ou mesmo donos de empresas de comunicação.

Eu não sei se tenho colhões para empunhar uma metralhadora e sair atirando por aí em políticos filhos da puta, sujos e caras-de-pau... pois jamais empunhei arma alguma.



Mas ando torcendo para que alguns tenham essa coragem!!!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Doris Duke



http://rapidshare.com/files/41008367/doris_duke_-_1969_-_i_m_a_loser.rar

Baixei esse disco recentemente, depois de uma dica do meu amigo Zeca, numa comunidade do orkut. Raríssimo! É um exemplo do gênero chamado DEEP SOUL, o qual já estou assimilando em boas doses. É lírico, denso, romântico, algumas faixas são dançantes, e as melodias são extremamente lindas. Diz o Zeca que esse é considerado por muitos especialistas em SOUL como o melhor disco de DEEP SOUL de todos os tempos. Eu só vou anotando, baixando e ouvindo com muita alegria.

:)

segunda-feira, 7 de maio de 2007

A Grande Bastilha Inexpugnável

"Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Nélson Rodrigues

Então é um, dois, três, quatro!

Sai do chão!

O SENHOR É RUBRO NEGRO, RUBRO NEGRO EU TB SOU, EU SOU DA RAÇA COM MUITO AMOR, DA RAÇA DO MENGÔ!!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Black Rebel Motorcycle Club

Isso é o que eu chamo de "música pra fazer çéquisço ceuvajen"




Black Rebel Motorcycle Club, fresquinho, de 2007 mermo. O nome do disco é Baby 81. E vai ser MUITO DIFÍCIL surgir um álbum tão bom quanto este neste ano!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Unido Vencerás

Documentário apaixonante (e bem boca suja... rs) sobre futebol, mais particularmente sobre a torcida do América-RJ.

Trecho exemplar: "Por que eu vou torcer pro Flamengo, cara? O Flamengo... já tem uma porção de gente torcendo pro Flamengo aí. Não precisa de mim, não! O América precisa mais de mim que o Flamengo, rapá. Eu faço mais falta pro América do que pro Flamengo".

OBS: Aos 5 minutos de vídeo... duvido alguém não dar uma gargalhada! heheheh


sexta-feira, 30 de março de 2007

This is Sparta!

O grito mais primal e raivoso que me lembro de ter visto num filme

"300".





(Reparem na sacanegem que fizeram com o personagem do Rodrigo Santoro.. rs)

sexta-feira, 16 de março de 2007

Corpo em Chamas



Quando eu botar fogo na roupa
Você vai se arrepender
Do que me fez
Voce vai ver meu corpo em chamas
Pelas ruas... Ôh, yeah.

E o povo todo horrorizado
Iluminado pelo meu fulgor mortal
E eu vou dançar
Girando o corpo incendiado
Até cair no chão. Ôh, yeah. Hôu

yeh-yeh yeh yeh yeh
yeh-yeh yeh yeh yeh

O grito agudo da sirene
Dos bombeiros
Alertando a multidão
Alguém falando que era um louco
No céu negro, a lua cheia a brilhar

Seguro a mão de uma criança
A mão gelada
E a mãe gitando: "Não e não!"
E eu tão feliz
Girando colorido
Sob as chamas do luar. Ôh, yeah. Hôu

yeh-yeh yeh yeh yeh
yeh-yeh yeh yeh yeh

Quando eu gritar não se arrepie
E lembre apenas
Das contrárias que me fez
Saia correndo e mergulhe
Assim vestida
Lá no mar... Ôh, yeah.

Mas não vai ter mar que me salve
Da alegria deste salto
Em fogo e luz
Olhe pra mim
yeh-yeh yehyehyeh
Essa é a peça de teatro
Mais bonita que eu já fiz. Ôh, yeah. Hôu

yeh-yeh yeh yeh yeh. yeh-yeh, yeh-yeh yeh-yeh
yeh-yeh yeh yeh yeh. yeh-yeh

Depois a noite há de descer gelada
Sobre os corações
De quem souber
E alguém dirá que foi
O primeiro a ver... oh, yeah

A presença selvagem
De um clarão vermelho
Rodopiando pelo chão
Esse sou eu
Dorido, dolorido
Colorido e sem razão
Ou não...

Essa foi Corpo em Chamas
Interessou?
Vá em: Violão Velho, e seja feliz com o que você nem sabia que existia.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Meu encontro com Joe Strummer

Era final de tarde, e eu estava passeando pelas ruas de Somerset quando vejo Joe Strummer levando seu cão para passear. Se não me engano faltavam dois dias para eu completar 26 anos... e acho que o cão dele era um sharpei... Enfim, eu estava indo a um pub, que me noticiaram ser legal durante a noite, mas eu já estava afim de chegar lá mais cedo, e vejo o cara na minha frente. Eu sabia muito bem como chegar ao pub, mas mesmo assim resolvo perguntar a ele qual o caminho que devo tomar. Afinal, não é qualquer dia que eu posso trocar um diálogo com Joe Strummer, vocês sabem como é...

- Hey amigo. Você sabe onde fica o Pub *******?

- Sei sim. Fica ali no final desta curva, logo na esquina. Ótimo dia para tomar umas long necks, certo?

- É sim! Cara, vou te confessar... me indicaram este pub, e sem querer te vi aqui na rua. Te reconheci na hora! Surpresa total! Sou um grande fã da tua ex-banda e não podia perder a oportunidade de ao menos trocar duas palavras contigo. Desculpe pela sinceridade, hehe... Não estaria afim de beber algumas Guinness? É por minha conta!

Ele deu uma risada franca, curvando a cabeça para a frente e passando a mão esquerda pela testa.

- Hehehe... Sinceridade sempre é bem vinda, amigo. Mas taí! Minha mulher está na casa da irmã dela mesmo.. e a curtição delas sempre avança por horas. O tempo está ótimo para isso, e vê-se que és brasileiro, logo a conversa pode ser boa. E já que é tu que vai pagar mesmo... Vou deixar o cão aqui em casa e partimos já.

A casa dele ficava a menos de 20 metros.

- Legal! Estou esperando aqui!

Acendi um cigarro e esperei ele deixar o cachorro em casa. Em menos de 2 minutos ele estava de volta.

- Vamos nessa!

No caminho para o Pub, pergunto:

- Como você adivinhou que sou de fora? Pelo sotaque?

- Também. Mas pelo sotaque não daria pra saber sua nacionalidade. Reconheci pela camisa que está usando.

Eu estava usando uma camisa do Flamengo! Fiquei chocado, e ao mesmo tempo imensamente feliz.

- Mas você sabe que camisa é essa???

- Claro. Zico, Adílio, Júnior.. Nunes! (ele diz isso com um semblante de quem está puxando pela memória, e colocando a mão no queixo). Aquele time que foi campeão em cima do Liverpool! Aquele time era um sonho!

Quase não me contenho. Lágrimas vêm aos meus olhos. A pele arrepia. o queixo cai. Um sorriso bobo fica no meu rosto

- O que foi?! Cara... adoro futebol! Sou um grande fã do futebol brasileiro. Confesso que não conhecia este clube até o dia daquele jogo. Mas naquela final contra o Liverpool eu passei a admirar esta camisa e estes nomes que disse não saíram da minha cabeça. Foi uma bela exibição de um futebol bonito e objetivo. O time do Liverpool não entrou em campo naquele dia. O espetáculo foi todo dos brasileiros...

Enquanto ele falava chegamos na frente do pub, realmente bem perto da casa dele. Entramos no pub com ele ainda falando:

- ...Você me parece não ter idade para ter assistido àquele jogo, né?! Qual ano foi aquilo mesmo?

Dito isso, e com os dois já dentro do recinto, passou a acenar e cumprimentar para os funcionários do Pub, enquanto rumava para o que deveria ser seu espaço preferido no local. Via-se que ele era habituée ali.

- Foi em 1981! Eu havia recém completado 5 anos de idade!

- Ah! Uma criança! Viu o jogo com o pai? o pai torce para o mesmo time? (acenei que sim com a cabeça). Perfeito! Já posso ver a cena: O pai chamando o filho pra assistir o jogo e a criança vestida com uma pequenina camisa do time!

- Visualizou muito bem a cena! Foi assim mesmo! Não me lembro muito deste jogo. Lembro-me mais da final da Libertadores da América, que é o equivalente ao campeão da Uefa na Europa. Ganhamos de um time chileno chamado Cobreloa. O tratamento dos chilenos com nossos jogadores foi tão selvagem e desumano, que a imagem de um jogador do Flamengo sendo apedrejado por um defensor chileno não me sai da memória. No final, com o jogo ganho, o técnico do meu time trocou o jogador apedrejado por outro jogador apenas com o intuito de confrontar o selvagem que apedrejou... Foi uma imagem marcante para um garotinho de quase 5 anos.

- Pelo jeito você gosta de um "confronto"...

- Musicalmente falando, sim! Adoro um "confronto"! Hehehe

- Hehehehehe

E eu estava ali, num pub de Somerset, falando de futebol com Joe Strummer!!! Então ele mesmo muda o assunto e me pergunta sobre o Brasil, e sobre como é o lugar onde vivo, como são as pessoas... e pergunta isso de tal maneira, com um tom que se vê um real interesse em saber a resposta.

- Cara.. moro numa cidade de cerca de 100 mil habitantes. Alguns calculam para mais, outros para menos. Chama-se Resende, e fica na "província" do Rio de Janeiro. Para eu chegar na cidade Rio de Janeiro demora cerca de duas horas. Duas horas e meia se eu for de bus. Uma cidade entediante, em se tratando de opções para diversão, entretenimento. Porém um lugar com muito verde e uma natureza exuberante. Uma pena que tão maltratada por péssimas administrações... A população jovem costuma sair de lá quando termina a idade escolar, procuram estudo e especializações em outras cidades, embora de uns anos pra cá tenham sido construídas algumas faculdades por lá. Enfim.. é um belo lugar para se nascer e para se morrer. Mas não para construir uma vida.

- E você faz por onde?

Não entendi a pergunta. Fiz uma expressão de interrogação para ele, mostrando que não havia captado.

- Digo.. tu faz por onde pela tua cidade? Luta para que seja um lugar melhor? Estuda e trabalha por lá?

Eu estava ali, sendo entrevistado por um homem que já concedeu milhares de entrevistas. Uma coisa meio surreal.

- Cheguei a sair de lá por cerca de dois anos. Logo que terminei a idade escolar. Fui morar numa cidade que é capital de uma outra "província", uma cidade chamada Belo Horizonte. "Nice Horizon". hehehe. Não deu certo, por causa de vários fatores, então voltei à minha terra e terminei os estudos numa cidade vizinha. Formei-me em Publicidade e Propaganda e trabalho na prefeitura de lá. Fiz concurso público. Mas acredito que somente poderia fazer algo pela cidade se eu trabalhasse na parte cultural.(Pausa. Esse papo foi em 2002. E agora em 2007 eu voltarei das férias trabalhando numa Fundação Cultural, autarquia da prefeitura)

- Ora rapaz.. e você vai esperar que os meios caiam na tua mão para fazer algo?

Mais uma vez fiz uma expressão interrogativa, e dessa vez ele demonstrou uma certa impaciência.

- Faça você mesmo! Busque seus meios, crie contatos com pessoas que pensem como você, estabeleça posição, enfim, corra atrás!
- Não vamos comparar Londres com Resende...

- Não! Mas comparemos as pessoas! Existem pulhas, pederastas, insatisfeitos, benfeitores, viciados, religiosos... em todo lugar!

- É...

- É sim! Você faz o quê da vida?

- Formei-me em publicidade.

- Tá no meio. Se vira.

- ...

- Desce outra Guinness, Ian.

- Duas

- Ian! Duas!

- Era isso que estava querendo dizer quando escreveu "Death or Glory"?

- Só sei do seguinte.. Hey! Ainda não sei seu nome, rapaz!

- Frederico Villela Whately

- Whately... isso é inglês!

- É sim. Acho. Uma outra parte da família diz que somos descendentes de irlandeses.

- Há uma diferença. Os irlandeses fazem cervejas bem melhores! Heheheheheh

E levanta a Guinness para um brinde. E eu completo:

- Assim como há diferença entre argentinos e brasileiros...

- Hahahaha! Correto, garoto! Sei da rixa que vocês têm. Embora seja uma grande bobagem, sei que é de ordem cultural e não há como mudar isso.

- Exatamente. Somos diferentes em muitas coisas. Mas.. Você ia dizer sobre a letra de "Death or Glory"...

- Ah sim. Bem... Eu só quis dizer para os garotos não esmorecerem. Quis dar incentivo. Não tenho todas as respostas para todas as perguntas do mundo, e nem sou agente ativo de organizações não-governamentais ou algo do tipo. Depois de um tempo fui perceber que o indivíduo pensa melhor quando pensa em paz. Eu estava sempre querendo contestar as coisas. Mas realizei que somente em paz consigo mesmo uma pessoa pode se tornar o que ela quiser. Eu me tornei um marido exemplar e um agente responsável para a sociedade. E para mim isso basta. Nunca fui um "rock star" no sentido literal da palavra.

- Sim! Mas isso é uma das coisas que sempre admirei na tua banda! Muito a dizer, e sem pose.

- O fato do "muito a dizer" é você que diz, e não eu. Não quero te desiludir, mas a música não é aceita da mesma forma por duas pessoas diferentes. O que você entendeu não é a mesma coisa que o outro entendeu. O que eu sempre quis passar é que não vivemos num mundo perfeito, além de outras idéias que vieram à minha cabeça. Eu não quis dar voz à uma multidão. Quis apenas expressar minhas indignações e meu ponto de vista sobre certas coisas. Além de contar histórias. Um compositor nada mais é que um contador de histórias. E se ele é sério, é também um egoísta.

- Um egoísta?

- Sim. Aquele que escreve tentando dar voz a uma outra pessoa é um tremendo palhaço. Eu jamais pensei em música como a "representação de uma sociedade", embora ela nada mais seja que isso. Afinal... nenhuma das bandas da nossa época teria como surgir hoje no cenário musical. As pessoas pensam diferente. É um mundo todo diferente! Mas quando eu escrevia minhas músicas eu escrevia sobre o que eu sabia, o que via por aí. Pelas casas, pelas ruas, pela tela da TV.

- Mas... espere um pouco... Do jeito que você está falando, artistas como Bob Dylan e MC5 então são tremendos palhaços.

- Você citou dois artistas idôneos durante toda a carreira. Pergunte a eles se eles fizeram música pensando nos outros. Eles fizeram as músicas que agradaram a eles mesmos! O MC5 durou pouquíssimos anos, e nesses anos eles fizeram o que achavam certo para eles, embora o tiro tenha saído pela culatra (para cada um deles, mas não para quem os ouvia). Sou um grande fã de Wayne Kramer e cia, assim como sou um grande fã de Dylan.

- Estou confuso... você acabou de me dizer que eles fizeram músicas para eles mesmos, embora a temática fosse quase igual e Dylan tenha tido muito mais sucesso do que o MC5.

- E desde quando sucesso significa algo? Desde quando isso dá respaldo a alguém? O que dá respaldo é o que o agente receptor - ou seja, o ouvinte - da sua música entendeu. O discurso do MC5 era uma coisa "reta". Sem sutilezas. Já Dylan era mestre em escrever com "curvas". Um mestre com as palavras. Faça uma pergunta para o Dylan... qualquer uma. Você verá que ele responde por eliminação, e nunca dá uma resposta direta. É um grande articulador. E além do mais o MC5 viveu numa época e num lugar por demais turbulentos. Eram grandes junkies, e não souberam segurar a onda. Ian! Mais duas?

- Sim. Mais duas.

- Duas, Ian.

- Mantém algum contato com o resto da banda?

Terreno perigoso.. Ele poderia, naquele momento, me achar algum oportunista, ou um jornalista disfarçado. No pior dos casos eu poderia ser um oportunista, e no melhor ele simplesmente poderia ter ido com a minha cara, e não se importaria com minha pergunta. Ao olhar pra mim, notei nele um semblante sombrio e interrogativo, e então me lembrei da cena final do "Westway To The World". Era um semblante parecidíssimo!

- Faz alguma diferença?

- Para mim faz. Vocês viveram praticamente juntos por 5 anos.

- Uma amizade não pode simplesmente acabar?

- Pode... mas,

e antes que eu pudesse completar, ele interveio:

- Mas o fato é que hoje em dia somos pessoas mais velhas, cada um seguiu sua vida e fez dela o que quis. Eu mesmo viajei muito neste mundo. Conheci inúmeros cantos deste mundo. Os outros fizeram coisas diferentes entre si também. Antes da banda há o indivíduo. E naquela hora não podíamos mais continuar. A estafa era muito grande. Não paramos em nenhum momento por 5 anos. Eram turnês atrás de turnês. O processo criativo estava se tornando desgastante...

(a banda estava no auge da popularidade quando acabou)

...embora fosse extremamente envolvente e satisfatório quando terminado...

(ah sim)

...Mas respondendo o que me perguntou: Não temos mais nada em comum, embora não haja nenhum rancor daquela época. Algumas atitudes poderia ter sido diferentes, sim. Tanto minhas quanto as dos outros. Mas no estágio em que estávamos, não haviam muitos meios de continuarmos. Mas outro dia Mick e eu tocamos numa apresentação... Foi demais! Mas é ótimo fazer coisas novas também.

- Vocês surgiram no momento em que eu estava nascendo... e somente 15 anos depois fui saber da existência de vocês.

- O que é a vida, não?

E soltou uma risada sarcástica. E eu rio com desconforto, um sorriso meio amarelo. Ele percebeu e meio que se desculpou.

- Rapaz... saiba que é sempre bem recebida uma manisfestação cordial como a tua. E sincera. Embora haja uma diferença abissal daquela época para a atual, no final das contas nossos fãs sempre foram conscientes de que a banda sempre fez o melhor que podia, e que sempre fomos sinceros e respeitáveis com o público. Tenho um orgulho enorme de ter lançado álbuns duplos e triplos com o mesmo preço de um simples. Mais do que provado que medíamos as coisas não por quantidade, e sim por qualidade. E, deixando a modéstia de lado, naquela época não havia "one fucking band" melhor que a nossa!

Solto uma risada ruidosa e franca, e brindo com ele.

Paramos um pouco de falar sobre a música de sua ex-banda e conversamos mais sobre aspectos culturais sulamericamos e europeus. Ele se mostra fascinado quando conto das revoltas e motins que tivemos na história brasileira (Farroupilha, Contestado, e se mostra curiosíssimo quando falo de Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos. Chega a urrar de satisfação quando conto também da Revolta da Chibata). Entre mais algumas várias Guinness, voltamos a conversar sobre tua ex-banda e ele me confidencia as músicas que sempre gostou de tocar em shows. Eu sabia que "Complete Control" estava nesse meio!!! Heheheheh. Pergunto sobre "Janie Jones" (uma dona de um bordel que foi presa, mas ao sair do cativeiro ficou amiga deles), sobre "Charlie Don't Surf (apenas uma fala de Robert Duvall no filme Apocalipse Now), sobre "Julie's In The Drug Squad" (uma personagem de TV), e me confidencia, para meu quase horror, que a linha de baixo de "The Magnificent Seven" não foi inventada por Paul Simonon, mas sim por um baixista amigo de Mickey Gallagher (tecladista da banda)! Me diz o que fez logo após o término da banda e os anos seguintes, os sons que fez com os Pogues e os Mescaleros, até as inúmeras amizades que tem com músicos de todos os lugares e tipos, desde africanos de várias nacionalidades até artistas da música eletrônica.

Durante todo o tempo de conversa percebo que já fui ao menos três vezes ao banheiro, e o sujeito não havia levantado da cadeira uma vez sequer! Mas estava tão "alto" quanto eu. Ao me levantar novamente para ir ao banheiro ele me pergunta:

- Vens morar na Inglaterra?!

- Não. Estou só de passagem. Amanhã volto para o Brasil. Meu aniversário é daqui há dois dias e quero estar lá nesta data.

- Ora.. mas nesse caso deixe-me já te dar um abraço de felicitações, pois mais tarde eu posso vir a esquecer.

Então meu ídolo se levanta da cadeira e me dá um abraço cordial e sincero ao mesmo tempo. Um abraço que demonstra seu respeito pela minha pessoa. Agradeço, e para não demonstrar que fiquei embasbacado com aquilo, ao me virar para ir ao banheiro, solto uma piadinha:

- Ok, muito obrigado! Mas isto não vai te livrar de me contar sobre o "Cut The Crap"

Ele solta uma sonora gargalhada e grita:

- HAHAHAHAHAHAAHAHAHA! NO FUCKING WAY!!!

Também caio na gargalhada e vou ao banheiro. Urino assobiando "Police On My Back". Páro na pia para lavar minhas mãos e me olho por alguns instantes no espelho. Em sonho algum eu poderia imaginar o que estava acontecendo naquela hora. Rio para mim mesmo e procuro o caminho da saída do banheiro.

Ao sair do banheiro vejo que Joe não está mais lá. Pensei: "Putz.. será que foi por causa do comentário que fiz sobre o "Cut The Crap"?". Sigo em direção ao cara que ele havia chamado de Ian, que neste momento estava limpando uns copos atrás do balcão do pub.

- Er... bem.. quanto deu a conta da minha mesa ali?

- Joe pagou a conta, rapaz. E deixou mais uma Guinness para você. Sirva-se.

Abriu a long neck e me deu. Fiquei um tempo surpreso, e antes de levar a garrava à boca Ian completou.

- Fazia um bom tempo que Joe não vinha aqui. Parece que sua mulher não estava fazendo boa vista para as poucas Guinness que ele vinha beber. Hoje foi quase um recorde. Ou ele brigou com a mulher ou foi com a tua cara, rapaz.

- Hahahahahahahahaha! Obrigado Ian. prazer em conhecê-lo. Saúde a ti e aos teus.

- Obrigado rapaz! Volte sempre!

Me dirijo à porta tossindo da risada. Ao sair do Pub ainda dou uma olhada de soslaio para a casa de Joe. Uma luz do segundo andar estava acesa. Acho que o mestre finalmente foi ao banheiro... Chamo um táxi e peço que me leve ao hotel onde eu estava hospedado.

No dia seguinte pego meu vôo para o Brasil. Passo meu aniversário com meus parentes, e mais tarde saio com meus amigos de minha cidade natal. Não perco tempo em contá-los sobre meu encontro com Joe Strummer, pois eles nem sabem direito de quem se trata.

Três dias depois do meu aniversário leio no jornal que Joe Strummer havia morrido. Teve um infarto fulminante quando levava seu cão para passear. Tinha 50 anos de idade.

Dessa vez foi Deus que te levou para beber umas Guinness com ele, Joe! Faça bom proveito da companhia, meu amigo!!!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Romance

- Eu colocava um pé na frente do outro, movendo os braços no sentido inverso das pernas, ou seja: perna direita para a frente, braço direito para trás; perna esquerda para trás, braço esquerdo para a frente, e vice-versa. Desta maneira, conseguia me locomover numa velocidade regular, na direção do meu objetivo.

- Sim, sim. Você estava caminhando. E daí?

- Deparei-me com uma porta fechada. Ao lado da porta, uma espécie de painel com dois botões, um acima do outro. Fiquei, por instantes, perplexo. Procurei organizar meu pensamento. Decidi-me pelo botão inferior. Comprimi-o. Nada aconteceu. Já me preparava para afastar-me do local quando - subitamente - a porta se abre à minha frente. Vejo uma pequena peça com paredes revestidas de metal. Dentro, quatro pessoas em pé, olhando na minha direção. Uma quinta pessoa, vestindo uma indumentária vagamente militar, estava sentada e também me olhava sem curiosidade. Entrei no cubículo e, imitando os demais, virei-me na direção da porta, que se fechava. Acima da porta havia uma fileira de números que se iluminavam em sequência decrescente. "Quatro, três, dois...". Quem seriam aquelas pessoas, pensei. Que destino as teria reunido naquela pequena sala mal iluminada onde permaneciam de pé, em silêncio, sem sequer se olharem? Depois do um, no painel iluminado sobre a porta, havia outro número. Não, espere! Não era um número. Era uma letra. Um "T"! Ao mesmo tempo em que essa letra se iluminou, três coisas aconteceram. O homem de quepe, que manejava um tipo de manivela presa à parede do cubículo de aço, exclamou "Térreo", ouviu-se um "Ping", de procedência misteriosa e a porta se abriu à nossa frente. Imediatamente, como que tomadas pelo mesmo impulso, todas as pessoas se projetaram para fora e se dispersaram do outro lado da porta. Fui atrás delas.

- Certo. Você saiu do elevador. E depois?

- Ganhei a rua. Havia uma estranha luminosidade no ar. Uma luz intensa, absorvente. Olhei para o alto, tentando identificar a origem daquilo.

- Era o Sol.

- O Sol, como uma bola de fogo.. Levei a mão à garganta. Precisava, desesperadamente, afrouxar o nó da gravata. Dei um puxão. Nada. O que estaria acontecendo? Tentei outra vez. Ainda nada. Quase em pânico, repeti o gesto, desta vez com violência. Finalmente o nó cedeu. Suspirei aliviado. Mal sabia que o pior estava por vir.

- O que foi?

- Cheguei à borda de uma das partes mais altas que, dos dois lados da rua, servem de trânsito de pedestres.

- Da calçada. Sei.

- Da calçada. Preparei-me para atravessar a rua. Nisto, noto, no outro lado, uma série de três holofotes, digamos assim, de cores diferentes, em sentido vertical. O holofote de cima está brilhando. O vermelho. Sim, vermelho, cor do perigo. Uma cor dramática, gritante. Tomo aquilo como um aviso para não atravessar. Hesito. E se eu desconsiderasse o aviso e tentasse a travessia? Um daqueles bólidos que corriam sobre o asfalto como feras mecânicas certamente me acertaria. Eu voaria, descrevendo uma parábola no ar, e cairia longe, o meu sangue se espalhando pelo chão como uma vertente vermelha. Sim, vermelho, a cor da morte. Minha mãe receberia a notícia pelo telefone. Por alguns instantes fitaria o espaço, muda com o choque. depois cairia num pranto convulsivo, deixando o fone pendente do seu fio. como um pêndulo trágico. Decidi esperar. Dali a pouco, como que para recompensar minha paciência, acendeu-se o holofote amarelo e depois o verde. Atravessei a rua triunfante, desfilando diante das feras imobilizadas e contrafeitas como o Sadat passando em revista as tropas de Israel. Algumas roncavam ameaçadoramente, mas cheguei do outro lado sem maiores problemas. Outra crise vencida.

- E depois?

- Parei numa numa espécie de casebre de três paredes e um balcão na frente que vende publicações mensais, semanais e diárias. Atrás do balcão, cercado de mulheres nuas como um Hugh Heffner distraído, o dono do casebre me fazia uma indagação sem palavras. O que eu queria ali? "Me dê um JB", respondi, enigmaticamente. Ele entendeu e me deu o JB. Me dirigi para cá. Vi você sentado nesta mesa. Sentei também pesadamente com um suspiro, e agora vou chamar o garçom para pedir um chopp.

- Você, hein?

- Minha vida daria um romance, rapaz!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Superchunk - Package Thief


Esse aí ao lado fazendo drinks em Mariana-MG é meu amigo Rodrigo Rezende (Resende é com S, porra! rsrsrs) - conhecido nas internas como "D" - e graças a ele e seu belíssimo blog (www.rodrigo33.blogspot.com), novamente este clipe veio parar à minha vista. Lembro-me quase exatamente de quando o vi - a boa memória nunca foi das minhas grandes virtudes... Era um dia de festa/churrasco na casa do Marco Túlio, na primeira metade dos anos 90, e é claro que já estávamos um pouco "altos" de cerveja (e outras bebidas que sempre entraram no rol das festas). Então apareceu alguém (era você mesmo, D?) com uma fita de vídeo dizendo que tinha uns clipes pra mostrar pra galera: "Tem uns clipes das Breeders, vamos ali em cima no quarto do Tuí pra ver". Fui na hora, pois sempre gostei - e gosto até hoje - de Breeders. E sempre foi difícil assistí-los na MTV, até porque na época eu ainda não tinha acesso fácil ao canal. Os clipes iam passando: CANNONBALL e DIVINE HAMMER, das Breeders, depois lembro de um outro clipe do Seaweed, que não era o já "manjado" - e excelente - ONE OUT OF FOUR.. não sei se era LOSING SKIN ou BILL.. era um onde tinha bicicletas, disso me lembro bem.

Aí aparece a imagem de um pacote (um embrulho) rolando pelas ruas, e logo depois aqueles fantoches tocando (fantoches mesmo! títeres! aqueles bonequinhos pendurados por fios. fios esses que as pessoas vão manipulando, e sem serem vistas) como uma banda de rock faz num show. E então a música começa com aquele riff delicioso e hipnótico... Não faltou muito para meus pêlos arrepiarem e meus olhos se encherem d'água (exatamente como aconteceu agora há pouco!). Fiquei apaixonado pelo conceito do clipe e pela música. Naquele dia o Superchunk ganhava mais um fã!!

Essa música faz parte do álbum ON THE MOUTH. Notadamente um dos 10 álbuns da minha vida. Não só por esta música, mas por pérolas "indie-rock" como: Untied, I Guess I Remembered It's Wrong, Mower, Swallow That, The Question Is How Fast, From The Curve, New Low...

É rock pra desopilar. Não tem a principal intenção de passar mensagem alguma. É apenas rock cru, rápido, pra ouvir em volume alto, feito com emoção e honestidade, ótimo para ouvir dirigindo em alta velocidade numa estrada, e cantando (ou gritando).

O clipe tá no meu TOP 5 de clipes preferidos de todos os tempos

Crime e Castigo


Ontem terminei de ler "Crime e Castigo", de Dostoiévski. O livro conta a história de Raskólnikov, um estudante de São Petersburgo que se encontra em estado de pobreza quase absoluta, abandona a faculdade e começa a enlouquecer devido à vida que leva e a seus pensamentos amorais. Comete um crime, baseado na infalível questão de que todos cometem crimes, e cai adoentado por vários dias. A reaproximação de seu melhor amigo da faculdade, a reaproximação de sua família (mãe e irmã, que vieram morar perto dele), a notícia de que sua irmã vai casar com um figurão de São Petersburgo, o interrogatório da polícia sobre sua relação com a vítima do crime que ele cometeu, a recém-amizade com um aposentado bêbado e inútil, e, por conseguinte, a aproximação de Raskólnikov com a família deste aposentado... tudo vai contribuindo para que Raskólnikov vá minando suas forças e confundindo suas idéias, chegando a ser considerado como louco por alguns.

A maneira de Dostoiévski escrever - sem eufemismos ou rodeios desnecessários - é extremamente radical para quem não está acostumado. Cru. Seu vocabulário extenso e sua descrição sobre fatos e lugares é o que menos importa. Ao se confrontar com sua narrativa, o leitor percebe como ele influenciou toda a literatura universal (Graciliano Ramos que o diga). Dostoiévski não pinta um mundo de sonhos, mas mostra a realidade como ela é. Mostra que toda pessoa é amoral em algum sentido. Raskólnikov passa de protagonista para antagonista, e vice-versa, em questão de páginas. Suas virtudes e seus defeitos são reconhecidos por cada pessoa que está lendo o livro. É um personagem humano, no sentido de que o ser humano é ser passível de erros grotescos e acertos memoráveis. O arrependimento, o despertar para uma nova vida, o tratamento com as pessoas, cada virtude ou defeito de cada personagem do livro é passível de julgamentos do leitor. E não é assim que é na "vida real"?

Gostei muito da parte final do livro, do epílogo. Ao mesmo tempo que Dostoiévski nos pinta esse mundo real, que é cruel, também nos dá a certeza de que é possível sonhar, mesmo que o sonho seja algo bem distante e quase impossível de ser realizado.

Eu vivo num mundo cruel, não porque o mundo seja de fato cruel, mas porque EU permito que ele seja cruel. É isso que Dostoiévski nos passa. E o final do livro me fez ver que há saída para tudo, mesmo que a saída esteja somente nos nossos pensamentos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

You'll Never Walk Alone

You Will Never Walk Alone
Written by Rogers and Hammerstein

"When you walk through a storm
Hold your head up high
And don't be afraid of the dark
At the end of the storm
Is a golden sky
And the sweet silver song of a lark

Walk on through the wind
Walk on through the rain
Tho' your dreams be tossed and blown
Walk on, walk on
With hope in your heart
And you'll never walk alone
You'll never walk alone"

Canção escrita por Richard Rodgers e por Oscar Hammerstein II para o musical Carousel, de 1945. Na Inglaterra a gravação mais famosa da canção foi feita nos 60's, pelo grupo Gerry & The Pacemakers, que alcançou o primeiro lugar das paradas britânicas no dia 20 outubro 1963, onde permaneceu por 4 semanas. Transformou-se rapidamente no hino do time do Liverpool. Na Escócia a canção foi adotada mais tarde também como hino do Celtic Glasgow.

Vários artistas gravaram essa canção, como Frank Sinatra, Elvis Presley, Judy Garland, Nina Simone, Patti Labelle & The Blue Belles, e também o Pink Floyd, no trechinho final de Fearless, do álbum Meddle - o meu álbum preferido do Pink Floyd. O trecho correspondente à canção na música do Pink Floyd foi retirado justamente do cântico da torcida do Liverpool, que você pode ouvir no link logo abaixo. O melhor cântico de torcida que há. É arrepiante. Literalmente.

You'll Never Walk Alone

Celtic Glasgow

Quando se trata de futebol eu sou Flamengo. Já ficou claro aqui minha paixão pelo clube. Perco a noção ao torcer. Não a ponto de incomodar os outros, pois acho o fim aquele torcedor chato que fica provocando a todos os custos os torcedores dos outros times. Piadinha vale, tudo no limite da liberdade de cada um. Mas quando torço pro Flamengo eu rôo as unhas (mais do que normalmente), grito até perder a voz, praguejo contra o juiz, não tiro os olhos da tela. Já chorei de alegria e de tristeza por ele. Sou mais Flamengo que Seleção Brasileira.

Apesar das duas últimas conquistas de times nacionais na Copa Toyota Mundial Interclubes todos sabemos que os melhores times estão na Europa. São os que arrecadam mais, logicamente são mais ricos e têm os melhores jogadores. Bons times com astros do mundo inteiro. Simpatizo com o Barcelona, por ser um time que não vive de patrocínios e por ter uma história social bonita. Mas gosto mesmo é do Celtic Glasgow. Não é um time muito forte e nunca esteve entre os melhores da Europa, apesar de haver ganhado a Liga dos Campeões Europeus em 1967 - e de forma brilhante, pois é até hoje o único time europeu que foi campeão só com jogadores da mesma cidade (Glasgow, claro).

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Miniclip

Miniclip




Um site com 388 jogos (por enquanto...) divididos nas categorias: 3D, 5 Minute (In a hurry), Action, Cash, Dancing & Shows, E-Rated (Everyone), Learning, Motorsports, Multiplayer, Platform, Political, Puzzle, Retro, Shoot 'Em Up, Soccer World Cup, Sport, Winter. Se estiver com tempo ocioso na frente do computador eu recomendo dar uma passada no link. Tem joguinho pra todo tipo de humor

# Jogos da foto: Trials Construction, Scribble, Sling, Snowboard Madness
## No jogo Skidoo TT eu duvido ter melhor que eu. Meu nome freqüentemente tá na lista de recordes :P

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Neil Young

Alguns o chamam de Deus. Nos dias de hoje eu não iria tão longe. Porém, se relembrarmos nossa ascendência pagã, onde era comum termos Deuses para cada manifestação da Natureza ou característica humana, então Neil Young seria o "Deus da Melodia Perfeita". Para mim ele está no mesmo patamar de Joe Strummer, Iggy Pop, Zico, e alguns outros que me emocionaram ao longo de 3 décadas. Não me alongarei aqui descrevendo sua trajetória, pois outros já o fizeram muito bem, mas deixarei três obras dele que não podem passar despercebidas a ouvintes curiosos por músicas que são capazes de arrepiar a pele. Três discos do início de sua carreira solo. Três discos que ando ouvindo obsessivamente.

a senha para todos os discos é m1 (ême um)


Everybody Knows This Is Nowhere

Cinnamon Girl
Everybody Knows This Is Nowhere
Round & Round (It Won't Be Long)
Down By The River
The Losing End (When You're On)
Running Dry (Requiem For The Rockets)
Cowgirl In The Sand


After The GoldRush

Tell Me Why
After The Goldrush
Only Love Can Break Your Heart
Southern Man
Till The Morning Comes
Oh, Lonesome Me
Don't Let It Bring You Down
Birds
When You Dance I Can Really Love
I Believe In You
Cripple Creek Ferry


Harvest

Out On The Weekend
Harvest
A Man Needs A Maid
Heart Of Gold
Are You Ready For The Country?
Old Man
There's A World
Alabama
The Needle And The Damage Done
Words (Between The Lines Of Age)

Gauderiada! Mais respeito...



CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO

TÍTULOS:

MUNDIAL 1981
LIBERTADORES 1981
MERCOSUL 1999
COPA OURO 1996
BRASILEIRO 1980, 1982, 1983, 1987 E 1992 (PENTA)
COPA DO BRASIL 1990 E 2006
RIO-SÃO PAULO 1961
COPA DOS CAMPEÕES 2001
COPA DOS CLUBES BRASILEIROS CAMPEÕES MUNDIAIS 1997
CARIOCA 1914 1915 1920 1921 1925 1927 1939 1942 1943 1944 1953 1954 1955 1963 1965 1972 1974 1978 1979 1979(Especial) 1981 1986 1991 1996 1999 2000 2001 2004




Time: Raul, Leandro(Antunes), Figueiredo, Marinho e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes(Vítor) e Lico.
Gol: Nunes.





Time: Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico (Flávio); Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho.
Gol: Bebeto




segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Primeiro Vídeo do Youtube - Pixies




Porque eu escolhi este vídeo?
Não existe resposta racional para isso. A única resposta que pode ser considerada racional é de que essa é uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos.
Eram outsiders por natureza.
A Banda era formada por três caras e uma mulher. Nenhum deles tinha o perfil de um "rock star".
O vocalista (e também guitarrista) era um branquelo gorducho chamado "Black", careca e cantava quase sempre de olhos fechados.
A baixista, no primeiro disco da banda, era tão outsider que assinou seu nome como Mrs. John Murphy!
O outro guitarrista, além de ter nascido nas Filipinas, tinha jeito de tudo, menos de guitarrista! Quem olhasse para ele e tentasse adivinhar sua profissão diria que ele era contador, físico nuclear ou até síndico de prédio.
O baterista era apaixonado pela Debbie Gibson... só daí não preciso falar mais nada dele...
Não se vestiam como rock stars. Não levantavam bandeira nenhuma. Suas letras só tinham sentido para eles. Não eram reconhecidos na sua época. Lançaram um disco chamado "Bossanova" repleto de surf music!
Até na hora de acabar a banda eles nem sabiam que havia acabado! Simplesmente o vocalista, num dia de entrevista numa rádio, foi interpelado pelo entrevistador:
- "E aí?! Como andam os Pixies? Novas músicas?"
- "Os Pixies acabaram."
- "Desde quando??!"
- "Desde agora"

Velouria é a faixa 3 do álbum Bossanova.

hold my head
we'll trampoline
finally through the roof
on to somewhere near
and far in time
velouria
her covering
travelling career
she can really move
oh velveteen!

my velouria, my velouria
even i'll adore you
my velouria

say to me
where have you been
finally through the roof
and how does lemur skin
reflect the sea?

we will wade in the shine of the ever
we will wade in the shine of the ever
we will wade in the tides of the summer
every summer
every summer
every
my velouria
my velouria

forevergreen
i know she's here
in California
i can see the tears
of shastasheen

my velouria, my velouria
even i'll adore your
my velouria



Discografia Oficial:

+ Come On Pilgrim (1987)
+ Surfer Rosa (1988)
+ Doolitle (1989)
+ Bossanova (1990)
+ Trompe Le Monde (1991)

domingo, 7 de janeiro de 2007

Mediovolante

Sou bem indisciplinado para ter um blog. Na verdade esta nem é a primeira tentativa... E na verdade (2, a missão) eu sou bem indisciplinado para um monte de coisa também. Sobre o conteúdo do Blog? Sei lá. Vai depender do meu humor e do que eu tiver afim de postar, mostrar, escrever. Pode ser uma merda, mas pode ficar bacana também.